quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Nós e a Liberdade

Liberdade

O poema é
A liberdade

Um poema não se
programa
Porém a disciplina
- Sílaba por sílaba -
O acompanha

Sílaba por sílaba
O poema emerge
- Como se os deuses o dessem
O fazemos

Sophia de M. B. Andresen,
Obra Poética III, Ed. Caminho


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Quando se pensa em liberdade, a primeira ideia que vem à cabeça é "fazer o que nos apetece sem dar contas a ninguém". Mas a liberdade não é só isso e nem sequer funciona assim. Como vivemos em sociedade torna-se impossível que cada um faça o que quer sem pensar nos outros. Basta recordar situações simples e concretas do dia-a-dia para perceber que a liberdade só existe se houver respeito por regras gerais que convêm a todos.
Em qualquer grupo a que se pertença só é possível gozar realmente a liberdade se houver regras que todos aceitem. Regras simples, claras, equilibradas e justas.
Quando o grupo é composto pelos cidadãos de um país, as regras a que tem de se obedecer são as leis. Num país democrático, as leis são pensadas, trabalhadas e aperfeiçoadas para garantir liberdade a toda a gente e a vários níveis.
Há vários tipos de liberdade:
* liberdade política (liberdade para formar partidos políticos; para votar nos candidatos a diferentes cargos de governo nacional, regional ou local; para se candidatar a qualquer cargo político);
* liberdade religiosa (liberdade para praticar a religião que se deseja);
* liberdade de expressão (liberdade de dizer o que se pensa publicamente, seja em conversa, seja por escrito).
No nosso contexto sociopolítico, a Comunidade Europeia teve necessidade de regulamentar quatro tipos específicos de liberdade, baseando-
-se na livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais, de um país para outro, dentro da área comunitária abrangida. Aliás, é dentro deste conceito de liberdade que chegámos ao Euro, moeda que passou a vigorar como moeda única europeia a partir de Janeiro de 2002.

Texto adaptado das obras
Bernardo Stufa, Cidadão da Europa, Civilização Ed. e
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, A Cidadania de A a Z, Ed. do M. E


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Liberdade

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente
[matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está
[indistinta
A distinção entre nada e coisa
[nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as
[danças...
Mas o melhor do mundo são as
[crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que
[peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa, Obra Poética,
Publ. Europa-América

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O S. Martinho ( provérbios populares)


Provérbios de São Martinho




- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.

- Mais vale um castanheiro do que um saco com dinheiro.

- Dia de S. Martinho fura o teu pipinho.

- Do dia de S. Martinho ao Natal, o médico e o boticário enchem o teu bornal.

- Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.

- Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.

- Se queres pasmar teu vizinho lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.

- Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.

- Pelo S. Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano.

- Pelo S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho.

- Pelo S. Martinho semeia favas e vinho.

- Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa pelo S. Martinho.

Joana Brito 6ºA